Com o tempo aprendi que precisava me
adequar aos padrões estéticos que eram admitidos de modo a configurar o belo;
queria ser apreciado... Desejava produzir atração.
Aprendi que meu comportamento precisava
ser semelhante ao comportamento dos meus pares; desejava, a todo o momento, fazer
parte do meio e ser aceito... Sentir-me aceito era tão importante para mim.
Procurei me adaptar, reproduzindo os
trejeitos dos meus convivas, a linguagem, as gírias, os gostos... E nem sempre
gostava do que os outros gostavam... Mas desejava tanto que me reconhecessem
como igual... que importava meus gostos, se eram incompatíveis com os gostos
que reconhecia no meu grupo?
Estar sempre na moda, curtir as mesmas
alegrias, chorar as mesmas tristezas, sentir a mesma indignação me dava alguma
segurança, pois eu não era um estranho dentre os meus.
Reconheci que era importante ter amigos
e fiz tudo que podia para me adaptar a eles, até mesmo ignorar meus próprios
pensamentos, para acolher as opiniões alheias ás minhas... e fui refletindo
menos, me submetendo mais ao modo de pensar corrente...
Aprendi que precisava cumprir meu papel
social, cumprir meus deveres religiosos, construir uma carreira, patrimônio,
família... Acolhi sem resistência que este era o sentido da vida, meu Script.
Imitei, até nem perceber mais que não escolhia
livremente, os objetos que continham a promessa da felicidade... assim escolhi
as minhas roupas, meus objetos tecnológicos, meu carro, minha casa... e
trabalhei, estudei, fiz tudo o que parecia satisfazer o protocolo do modo de
vida que havia sido traçado para mim... insatisfeito, mas não lutei, pois
sempre havia mais alguma coisa para eu conquistar que prometia que eu seria
feliz...
Aprendi a opinar, a discutir os mais
diversos temas, até a me indignar frente às indignações comuns... e me senti
como alguém que tinha seu modo de pensar exercido livremente...
Mas havia algo errado... Não me sentia livre... Não sentia a satisfação de uma estranha
inquietação que gritava dentro de mim... ‘O sentido da minha vida’...
O sentido da minha vida!
Foi como uma explosão em minha mente!
Percebi que seguia um roteiro que antecedia meu nascimento... o modo de viver e
o modo de me adaptar ao meio já estavam presentes quando nasci... eu apenas
segui este roteiro... não ouvi minha essência...
Mas
não era tarde demais! Refleti... e observei... e compreendi: eu estava olhando tanto
para fora de mim, tentando tanto me adaptar ao “modus vivendi” dos meus
convivas, que fui me afastando de minhas próprias vocações, da minha essência!
Tentando satisfazer os ditatoriais
preceitos do que é entendido como belo, não reconheci em mim minha verdadeira
beleza. Eu a reconheço agora! Sou belo! Aceito minha forma, meu
corpo... Aceito tudo em mim. E me
sinto em paz do jeito que sou. Posso me dedicar à minha saúde, não mais para
cumprir com a ditadura da beleza, mas para viver bem, com disposição e
vitalidade.
Tentando ser aceito e me sentir parte de
algo, ignorei que era já um Ser Integral, pleno, independente da aceitação
alheia. Hoje me aceito integralmente, e sinto a deliciosa liberdade de poder
conviver com quem quer que seja, pois não me importa mais a imagem e sim quem
eu verdadeiramente sou. Consigo me adaptar respeitosamente a qualquer meio,
pois conviver é fantástico... Contudo, minha busca deixou de ser a aceitação do
outro, e já totalmente “de bem” comigo, busco o aprendizado e as fantásticas
oportunidades que os relacionamentos oferecem.
Adaptação ao meio não implica mais em
renúncia às minhas aspirações, talentos e jeito de ser. Minha adaptação segue
como um ato respeitoso ao meio no qual escolho livremente viver. Isso é
fantástico!
Minhas escolhas estão cada vez mais
incondicionadas, pois não objetivam seguir o que é tido como “normal”, e longe
de ser ‘normal’ ou ‘não normal’, vivo em paz escolhendo como
individualidade distinta que sou.
Original, repleto de contentamento.
Sinto-me seguro, estável, feliz, pois
não busco mais a satisfação das promessas contidas nas projeções futuras, nem
nos bens materiais e tampouco nos títulos ou no status.
Minha satisfação é a realização
presente, e a construção do meu futuro é o caminho que produz a
realização e a alegria que mereço. ‘Ser’
substituiu a importância do ‘Ter’, e
se escolho algo transitório, um bem material, é por exercício livre de minha
vontade e não por desejar encontrar o prazer prometido pela conquista do que fora
desejado. A caminhada é realizadora.
A conquista é consequência... Natural
assim.
Minhas relações afetivas, meu trabalho,
meus estudos, meu lazer... não são papéis que devo cumprir e satisfazer; são expressões de minha liberdade de me
relacionar com os meios que se apresentam vida afora, nos quais posso viver
plenamente minha afetividade, meus talentos, minha vocação ao aperfeiçoamento
pessoal e minha fantástica experiência de experimentar nutritivamente a vida
que me foi oferecida como “Caminhada no Jardim do Pai Maior”.
Sim, amigos... O sentido da minha
vida... Acordei! Percebi que a minha vida tem uma ‘Razão de Ser’, e a
ela me dedico... Meu Propósito... Meu
amado Propósito, que com unidade de intenções informa que sou uma
individualidade Distinta, única no Todo, que por um Ato de Infinito Amor e
Saber de Deus, me fez ‘Ser Existente’. Com unidade de intenções dirijo-me a
ações conscientes, escolhas conscientes, desenvolvimento da liberdade de
perceber minha própria existência...
Roteiros preestabelecidos para minha
vida? Não mais! Sou, por constatação
vívida, cristalina, Idealizador e executor do Meu Próprio Destino! Sou Senhor
da minha própria Vontade. E quer saber mais? Não sou especial... Sou mais que isso: Sou ÚNICO!
EU
SOU VOCÊ... Em breve!
Um abraço afetuoso, Lucius Augustus, In.